sábado, 12 de novembro de 2011

Nasa divulga mapas em alta resolução da Antártida

Cientistas americanos e britânicos anunciaram no mês passado um mapa completo da Antártida, elaborado com a mais moderna tecnologia de satélites da Nasa, que será essencial para as pesquisas no continente gelado. As imagens obtidas pelo satélite Landsat 7 (capaz de enxergar detalhes do tamanho de meia quadra de basquete) estão em uma resolução dez vezes melhor do que a de mapas anteriores. Ao todo, mais de mil fotografias tiradas durante mais de três anos de observações foram reunidas em um grande mosaico.

“É um mosaico de imagens que abre uma janela para a Antártida que nós não tínhamos antes”, afirma Robert Bindschadler, cientista chefe do Laboratório de Ciências Biosféricas e Hidrosféricas da Nasa. “Vai abrir novas janelas de oportunidade para a pesquisa científica assim como permitir que o público fique muito mais familiarizado com a Antártida e com como os cientistas usam imagens em suas pesquisas. Essa inovação é como assistir TV a cores em alta definição depois de ver a imagem em uma televisão em branco e preto”, explica Bindschadler. Os mapas devem ser utilizados para planejar melhor as futuras expedições ao continente de gelo e para orientar cientistas que buscam estudar a geografia antártida.

            Assista ao vídeo das fotos



quinta-feira, 10 de novembro de 2011

OPERAÇÃO- FAB chega ao Chile para a missão de ressuprimento na Antártica


Os pilotos da Missão Antártica são formados no Esquadrão Gordo


A aeronave Hércules do Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Transporte (1º/1º GT), o Esquadrão Gordo, já está no Chile para a missão de ressuprimento da Estação Antártica Comandante Ferraz . O avião partiu no domingo (6/11) do Rio de Janeiro. Há 28 anos, os Hércules do Esquadrão Gordo transportam cargas, víveres, equipamentos, roupas e cartas para a estação, em até dez viagens por ano, que duram aproximadamente cinco dias a partir de Punta Arenas, no Chile. Os alimentos perecíveis são comprados também no Chile, e, de lá, partem com a aeronave para o continente gelado. Sem este auxílio, torna-se difícil viver em um local isolado, em que as temperaturas podem chegar a - 65ºC.
“A pista fica em uma Base Chilena que é próxima da Estação Brasileira. O Hércules pousa no verão e no inverno, mas dois navios da Marinha fazem o transporte das cargas até a estação somente no verão. No inverno, o mar fica congelado e lançamos as cargas na Estação Cmte Ferraz. A missão é toda planejada antes, mas podem surgir imprevistos, como a variação constante da meteorologia no continente Antártico”, conta o Chefe de Operações do 1º/1º GT e instrutor antártico, Major Aviador Leonardo Guedes, que há cinco anos faz esta viagem.



Os pilotos da Missão Antártica são formados no Esquadrão Gordo. Os alunos fazem o Curso de Tripulantes Antárticos, composto de uma parte teórica, uma parte de instrução aérea e do curso de sobrevivência no gelo. Os oficiais passam de quatro a cinco dias na Cordilheira dos Andes com instrutores da Forças Especiais da Força Aérea Chilena. Entre outras atividades, os alunos antárticos constroem abrigos com a própria neve e os utilizam durante a sobrevivência.

“Somente o C-130, entre as aeronaves da FAB, tem hoje condições de operar durante todo o ano na Antártica, e somente o 1°/1° GT realiza estas missões no Brasil. As tripulações que o operam são compostas por instrutores que foram submetidos a Conselho Operacional. O processo seletivo é bastante restrito justamente para a máxima segurança nas missões”, explica o Major Leonardo.

Ser piloto da Missão Antártica é um orgulho para quem serve no Esquadrão Gordo, já que é o último grau que se atinge na operacionalidade da organização militar. Todos os tripulantes antárticos têm, no mínimo, quatro anos na unidade e, depois de formados, realizam, pelo menos, um voo no verão e outro no inverno para se tornarem pilotos operacionais. A última turma foi formada em setembro deste ano.

domingo, 6 de novembro de 2011

100 anos depois, o abrigo usado pela expedição Antártica de Scott permanece exatamente igual


Em 2010, a Revista National Geographic publicou uma série de fotos incríveis do abrigo antártico utilizado pela Expedição do inglês Robert Falcon Scott, batizada de "Terra Nova", realizada entre 1910 e 1912, que pretendia ser a primeira a alcançar o Polo Sul.Scott alcançou seu intento em 17 de Janeiro de 1912 , mas seu rival norueguês Amundsen, que tinha mais conhecimentos sobre as latitudes polares e como sobreviver a elas, já tinha alcançado o Pólo em 14 de Dezembro de 1911, um mês antes, frustrando as expectativas inglesas.



Foto recente do abrigo utilizado pela expedição de Scott em 1911, durante a expedição Terra Nova
Durante o retorno, tempestades terríveis e temperaturas que só seriam registradas novamente 50 anos mais tarde fizeram com que todos os membros da expedição de Scott morressem de fome e frio, sendo que os últimos foram encontrados a poucos km de um depósito de suprimentos, selando a sorte da expedição inglesa. Durante a Expedição, em 1911, Scott utilizou um abrigo na Ilha de Ross (em local próximo de onde hoje se localiza a base americana de McMurdo, a maior do continente).


Foto de Scott no abrigo da Ilha de Ross em 1911, antes do "ataque ao Polo"


Apesar de outras equipes terem usado o abrigo até cerca de 50 anos atrás, ele permanece quase exatamente como foi deixado por eles a 100 anos atrás. O clima frio e seco da região manteve até os mantimentos deixados pela expedição em inacreditável estado de conservação.


Foto histórica da chegada de Scott ao Polo Sul em Janeiro de 1912,
onde encontrou a bandeira norueguesa hasteada.
Frustação sem tamanho depois de muitas provações


O Polo Sul é cheio de histórias de superação, companheirismo e feitos incríveis. Se o final da história de Scott foi trágica, outras histórias tiveram finais felizes, como a fantástica história de Shackleton, que teve seu navio preso no gelo antártico e conseguiu salvar toda a sua tripulação, numa das maiores aventuras de todos os tempos. Imperdível...






Embalagem intacta de Manteiga encontrada no abrigo



Embalagem de uma lâmpada a óleo da Expedição Terra Nova encontrada no local





Suprimentos encontrados no abrigo: Pasta de Anchovas, Relish e uma surpreendente embalagem de Catchup Heinz ainda fechada



Propaganda da época em uma revista (1910)

Aquecimento? Que aquecimento?


Recomendo a leitura do artigo escrito pelo jornalista Luciano Martins, feito para o Observatório de Imprensa. Em foco as mudanças climáticas e a relação “esquizofrênica” do jornalismo com o tema, como ele mesmo classifica.

Armando Hadano: “Infartei na Antártica”



O pesquisador brasileiro conta como passou 26 anos entre o Brasil e o continente gelado – até sofrer um ataque cardíaco. Relato foi publicado na Revista Época, Edição 699.



Em 1982, eu estava no 2º ano da faculdade de Direito quando me convidaram para ir à Antártica pela primeira vez. Já era técnico eletrônico do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Fazia estudos da ionosfera (uma camada da atmosfera). A partir de 1984, larguei a faculdade e passei a ir todo ano para a Antártica. Eu ficava nove meses lá e três meses no Brasil. Somando todo o tempo na Antártica, daria dez anos de minha vida.


A vida lá é diferente de tudo o que conhecemos. No início parece que vai ser impossível se adaptar àquele isolamento. Mas você se acostuma. Na região onde fica a base brasileira, no verão faz 2 graus negativos. No inverno, já chegou a 28 graus abaixo de zero. A gente estranha aquela temperatura e o visual branco, cheio de gelo e neve, que não muda. No começo, dá medo.


No inverno, a atenção é dobrada, porque venta e neva intensamente. Em meu primeiro inverno lá, um amigo caiu de um morro e entrou em coma, com traumatismo craniano. Por causa do mau tempo, o helicóptero da base chilena demorou dois dias para resgatá-lo. O médico da base o manteve vivo com os equipamentos básicos. Depois, meu amigo ficou bem. Mas, quando isso acontece, você tem a dimensão de quanto tudo lá é frágil. Qualquer movimento tem de ser monitorado. Precisamos anotar onde estamos e a que horas pretendemos voltar. Se vamos nos atrasar, temos de avisar. Caso contrário, uma equipe de resgate sai em sua busca.

A convivência social é um desafio quase tão grande quanto o ambiente natural. Imagine passar nove meses acordando e dormindo ao lado de 12 pessoas, nosso grupo na base brasileira. Você tem de engolir sapos, relevar ofensas para não deixar um clima ruim crescer. Não tem para onde ir. O que ajuda na convivência é que todos logo percebem isso. Cada um vira especialista em algo. Se alguém consegue cortar o cabelo sem caminho de rato, vira o cabeleireiro oficial. Eu sempre fui bom em fotografia. E esse era meu papel no grupo. Para quem gosta de fotografia, aquele visual é ideal para explorar mudanças de luz e contrastes.

Depois que você se acostuma às peculiaridades da vida na Antártica, a quietude e a sensação de paz diárias viciam. As pessoas que se adaptam sempre querem voltar. Eu só parei porque, em novembro de 2008, sofri um infarto. Aconteceu quando eu tinha saído da base para umas observações.
Durante a caminhada no gelo, eu me senti mal. Parei para descansar e consegui voltar, devagar, para a base. Tive uma sorte absurda. Os médicos conseguiram diagnosticar o que eu tinha. Naquele dia o navio que faz o translado para a Antártica a cada nove meses estava lá. O avião que abastece a base chilena, de tempos em tempos, também. Fui levado para um hospital naval em Punta Arenas, no Chile. Fiquei internado uma semana, antes de ser transferido para o Rio de Janeiro, onde fiz uma angioplastia. Sete meses depois, coloquei três pontes de safena. Por esses problemas de saúde, nunca mais retornei à Antártica.



Curiosidades sobre a Antártida

Na Antártida, existe uma pequena variedade de aves se comparadas, por exemplo, com as aves da Amazônia. Em contrapartida, as aves antárticas apresentam-se em quantidades muito superiores. Podem-se encontrar mais de 2 milhões de albatrozes de uma única espécie, reunidos num mesmo local, na época de procriação, ou mesmo colônias de pingüins com 1,5 milhões de indivíduos.



As aves mais características da Antártica são os pinguins. São bastante adaptados à vida aquática. Suas asas transformaram-se em verdadeiros remos, nadam com bastante rapidez, atingindo velocidades de até 40 quilômetros por hora, chegando a mergulhar até 250 metros de profundidade, permanecendo submersos por até 18 minutos.
 
 
Os pinguins possuem uma grande capacidade de adaptação tanto à vida na terra quanto no mar. O branco de seu ventre ilude os predadores que vem de baixo, como as focas e as baleias, e o preto do dorso engana as aves de rapina, como as skuas e os petréis, que observam do alto. De todas as espécies de pingüins que habitam a Antártica, somente o pinguim-imperador e o pinguim-adélia nidificam no Continente Antártico. As demais espécies ocupam a Península Antártica e ilhas próximas e outras ilhas subantárticas.

 
 
 
Os principais predadores dos pinguins são as skuas que atacam os seus ninhos, "roubando" ovos e filhotes. Os ninhos vazios permanecem ocupados pelos pais, contribuindo para a proteção da colônia, revelando um elevado caráter de proteção de grupo. Assim procedendo, evitam que ninhos mais do interior da colônia sejam predados pelas skuas. No mar, são predados por algumas espécies de focas, que atacam tanto os filhotes quanto os adultos. 
 

 
 
 

Um homem que trabalha na Antártida precisa de uma média de 5.000 calorias por dia. Já num clima temperado seriam necessários 3.500 calorias. A cegueira da neve é uma das ameaças de quem vai até a Antártida. É uma forma de cegueira temporária causada por queimadura da conjuntiva do olho pelos raios ultravioletas de certo comprimento de onda refletidos pela neve.
 

 
 
 
 
O fenômeno conhecido como Sol da Meia-Noite, que ocorre nos pólos Sul e Norte, acontece por causa da inclinação da Terra sobre seu eixo ao percorrer a sua órbita em torno do sol. Em junho, no solstício de verão, a Terra fica colocada de tal maneira que, ao girar, todo o Ártico recebe durante 24 horas a luz do sol. Nesse mesmo dia a Antártida fica em contínua escuridão. Em dezembro, no solstício de inverno, a Antártica recebe 24 horas de sol enquanto o Ártico permanece na escuridão.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Mar Sem Fim: O homem precisa viajar.



A viagem relatada em Mar sem fim começa numa data curiosa: 31 de outubro de 1998, Dia das Bruxas. Foi nesse dia que Amyr Klink deixou a mulher, Marina, e as filhas em Paraty, decidido a realizar o grande projeto de sua vida: sua primeira volta ao mundo, realizada nas águas da Convergência Antártica - notável e precisa fronteira entre as águas frias do Norte e as águas geladas da Antártica. Ali estão os mares mais perigosos do planeta. Um percurso considerado um desafio, mesmo com os equipamentos sofisticados da navegação moderna. Amyr foi o primeiro a realizá-lo, navegando sozinho no veleiro Paratii.


Foram 141 dias no mar. Um verão inteiro viajando em latitudes onde o sol nunca se esconde, enfrentando um mar temperamental, às vezes extremamente violento, com períodos de nenhuma visibilidade, muito gelo, vento forte, e o tempo todo submetido a uma rotina que não permitia mais do que cinco horas de sono não contínuo por dia. Dezoito mil milhas navegadas, 12.240 das quais sem pisar em terra, e com muitos sustos, como quando por pouco não ocorre uma colisão entre o Paratii e um gigantesco iceberg.


O réveillon de Amyr, em meio a uma tempestade aparentemente eterna, tem um sabor de pesadelo. E, ao mesmo tempo, o deslumbramento: miragens de ilhas, a visão de um cachalote e da rica fauna marinha. Essa é a viagem que o leitor acompanha neste livro, que contém três cadernos especiais com 53 ilustrações da fauna da região, fotos, mapas da Antártica feitos especialmente para esta edição pelo artista plástico Sírio Cansado, e ainda desenhos do Paratii. Veja o depoimento de Amyr Klink.


O temido "DRAKE"



O estreito de Drake, que separa a Antártida da América do Sul, é o trecho onde se encontram os oceanos Atlântico e Pacífico. As ondas chegam a seis metros de altura. Uma vez por ano, no mês de outubro, o ARY RONGEL vai a Antártida levando alimentos , máquinas e pesquisadores.


Este navio é o único do arsenal da Marinha que tem capacidade para navegar entre os icebergs. Drake é o trecho mais perigoso dos oceanos abaixo da linha do equador. Esse estreito é um local onde as frentes frias passam com uma intensidade muito grande. E uma após a outra, com um intervalo muito pequeno. Por isso é uma região sempre muito conturbada. Está sempre com o mar revolto. O ARY RONGEL conhece bem o temido Drake.Assista ao vídeo abaixo.





Antártida ou Antártica?


Com uma área de 14 milhões de quilômetros quadrados, a Antártida é um grupo de ilhas ligadas por inúmeras conchas de gelo secular em torno do Polo Sul. Noventa e nove por cento deste continente é coberto por grandes geleiras que atingem um volume de 30 milhões de quilômetros cúbicos de gelo.
O continente é usualmente chamado tanto de Antártida quanto Antártica, embora o primeiro termo seja o mais usado por cartógrafos e geógrafos.

Petrobras e Vale vão gerar energia na Antártida


Usina foi embarcada em outubro a bordo do navio Ary Rongel no porto do Rio de Janeiro


O Brasil será o primeiro país a ter energia elétrica gerada tendo como matéria-prima o etanol no continente antártico. A partir deste mês, a Estação Antártica Comandante Ferraz vai substituir o diesel mineral por etanol hidratado na produção de eletricidade.

A iniciativa conta com investimentos de R$ 2,5 milhões vindos de parceria entre a Petrobrás Biocombustível, Vale Soluções em Energia (VSE) e pela Marinha do Brasil.


De acordo com o diretor de etanol da Petrobrás Biocombustível, Ricardo Castello Branco, a iniciativa abre a expectativa de criação de um novo campo de uso para o etanol brasileiro na produção de energia elétrica, além de possuir um forte efeito simbólico. “Queremos desenvolver na geração de energia elétrica limpa o mesmo conhecimento e competência que temos na área de etanol combustível”, disse Castello Branco.

O executivo explica que, a partir de novembro, será realizado um teste na estação Antártica que deve durar um ano, para que a utilização de etanol sob condições climáticas extremas seja analisada.
O teste deve consumir 350 mil litros de etanol hidratado, que serão disponibilizados pela Petrobrás, assim como o transporte até a estação. “Desenvolvemos tanques especiais para levar o etanol até lá, construídos sobre trenós para que ele deslize sobre o gelo”, explica.
Segundo o executivo, a utilização de etanol para geração de eletricidade pode ser um mercado importante no médio prazo. “Veja a necessidade de energia do Japão, por exemplo. Grandes geradores que funcionem a partir de etanol poderiam suprir parte dessa demanda”, disse.
Parceira do empreendimento, a Vale Soluções em Energia (VSE) produziu o gerador, com capacidade de 250 quilowatts. Segundo o presidente da VSE, James Pessoa, esse volume de energia é suficiente para abastecer e iluminar toda a estação de pesquisa na Antártica. A VSE é uma parceria entre a Vale (que detém 53% da empresa) e o BNDESPar (dono dos outros 47%), que investe em pesquisa, desenvolvimento e produção de sistemas de geração sustentável.


Sem aditivo. Pessoa explica que a VSE desenvolveu o gerador que opera com etanol hidratado para geração de energia. “Ao contrário do motor que desenvolvemos para ônibus coletivos que estão sendo testados em São Paulo, o gerador da Antártica não precisa de um aditivo extra e funciona apenas com o etanol hidratado puro”, disse.
A VSE também construiu geradores para a Amazonas Energia, da Eletrobrás, para produzir energia elétrica na Amazônia de forma mais limpa e reduzir a utilização de diesel na região.
Em 2012, a presença brasileira na Antártica completará 30 anos, e a expectativa é de que toda a eletricidade gerada durante a cerimônia que será realizada venha do etanol. Uma das prioridades do Programa Antártico Brasileiro (Proantar) é a qualidade ambiental das operações do Brasil na Antártica.

Por meio desse programa, gerenciado pela Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM), o Brasil realiza estudos sobre os impactos do aumento da concentração de gases de efeito estufa no planeta, além de pesquisas científicas sobre os fenômenos que ocorrem no continente.

Nasa fotografa rachadura quilométrica em geleira na Antártida

Rachadura fotograda em sobrevoo com avião DC-8 da Nasa. (Foto: Nasa/Divulgação)


Operação da Nasa na região antártida flagrou uma grande rachadura no glaciar da Ilha Pine. Os cientistas estimam que a ruptura vai aumentar, fazendo com que um iceberg de cerca 880 km² se separe. A observação do fenômeno foi feita em vôos realizados em outubro pela equipe IceBridge, um conjunto de cientistas e técnicos da Nasa que analisam as mudanças nas camadas de gelo que cobrem a Antártida e a Groenlândia desde 2009.

“Nos voos observamos uma grande fissura que indica que um grande pedaço de gelo está prestes a partir. Trata-se de uma rachadura de 280 metros de largura e de 60 metros de profundidade, mais alta que a Estátua da Liberdade”, disse à imprensa o chefe do projeto IceBridge, Michael Studinger.
O cientista ressaltou que a fissura sobre a geleira da Ilha Pine "faz parte do ciclo natural" de formação dos icebergs na área ocidental da Antártida - uma região "sensível", disse -, motivo pelo qual não acarreta risco ambiental.
“A rachadura não nos preocupa, faz parte do ciclo natural. Se ocorresse de forma mais frequente poderia causar problemas ambientais', explicou Studinger. “Sabemos pouco da formação destes icebergs porque não observamos com frequência estes fenômenos. É primeira vez que sobrevoamos uma fissura tão grande. Esperamos que isto ajude a explicar como se formam para poder predizê-las”, apontou Studinger, cujas pesquisas se prolongarão até 2015.
O projeto IceBridge, a maior pesquisa aérea das camadas de gelo do mundo, realiza medições anuais da elevação das geleiras na Antártica e na Groenlândia. Com até seis aviões equipados com uma grande variedade de instrumentos de observação e medição, os cientistas da Nasa registram dados na estrutura das geleiras com o objetivo de determinar o impacto da mudança climática no derretimento destas extensas massas de gelo.

Aquecimento global aumenta gelo da Antártida



Curiosamente, o aumento do gelo oceânico na Antártida está relacionado com o buraco na camada de ozônio, de acordo com uma pesquisa divulgada  EM ABRIL DE 2009.As descobertas dos cientistas da Inspeção Britânica na Antártida (da sigla em inglês BAS) e da NASA, agência espacial dos EUA, explicam a aparente contradição entre os mais altos níveis de derretimento do gelo no Ártico e o aumento do gelo ao redor da Antártica observado nos últimos 30 anos.
“Essa nova pesquisa nos auxilia a solucionar o quebra-cabeças sobre porque há degelo em certas áreas enquanto em outras está aparecendo mais gelo”, disse John Turner, da BAS.
Segundo os cientistas, os danos causados por químicos sintéticos à camada de ozônio – que protege o planeta dos raios ultra-violetas que provocam câncer de pele – esfriaram a estratosfera e alteraram padrões das correntes de vento envolta da Antártida.
A mudança significa que os ventos deixam o continente com mais frequência, resfriando o oceano e criando mais gelo. Os pesquisadores descobriram um buraco na camada de ozônio sobre a Antártida na década de 1980 e chegaram à conclusão de que ella fora causada por componentes químicos de geladeiras e sprays de cabelo.
O gelo na Antártida está aumentando em cerca de 100 mil quilômetros quadrados por dècada desde 1970.